Persona - Roberto Campadello
- Marilia Franco
- 30 de jan. de 2019
- 2 min de leitura

Em 1972 o artista plástico Roberto Campadello tem um insight junto a um amigo dono de uma fábrica de vidros e inventam um espelho especial. Quando Campadello e seu amigo carregavam juntos um dos espelhos, perceberam que seus rostos se fundiam, formando um único rosto. Roberto, então, faz um projeto para a 12ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo, em 1973. O projeto chamava-se “Casa Dourada”.
A “Casa Dourada” era um octógono formado por espelhos especiais, onde os visitantes da Bienal se veriam misturados uns aos outros e misturados uns nas misturas dos outros. O projeto foi aprovado nas Bienais de 1973, 1975 e 1977. Durante o evento, Roberto ficava dentro da “Casa Dourada”, distribuindo velas e conduzindo os visitantes às experiências sensoriais causadas pelos espelhos. Foi nesse ínterim que nasceu o “Persona”.
Durante a Bienal de 1973, Roberto conhece uma visitante, Carmem Flores, se apaixonam e casam-se na Casa Dourada. Nove meses depois nasce a primeira filha do casal, Amanda Flores Campadello. No ano de 1974, Roberto e Carmem abrem o Bar Persona, na Rua 13 de Maio, Bixiga, em São Paulo, onde haviam alguns espelhos para entretenimento dos clientes. Em 1975 é apresentado na 13ª Bienal de Artes de São Paulo o Jogo Persona. Foi usado o mesmo espelho especial, mas dessa vez apenas duas pessoas jogavam por vez, interagindo uma com a outra.
Ao longo de 4 décadas a família Campadello dá sequência a esta obra e à essência e riqueza deste trabalho - O Encontro com o Outro - se transmuta acompanhando as intensas mudanças culturais, sociais e tecnológicas deste período. À efervescência expressiva dos anos 70 somaram-se as novas tecnologias, desde o registro instantâneo da Polaroid à fotografia e vídeo digital atuais.
O Jogo Persona propicia aos participantes uma divertida e emocionante brincadeira virtual que é registrada em fotografia digital.
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